O texto da imagem
acima, diz: “deixe o seu problema de peso aqui”. Como se o problema todo fosse
apenas as revistas que pregam um determinado biotipo. Os radicais vão além:
responsabilizam toda a mídia pela infelicidade causada às mulheres que não se
enquadram no tipo magra-saudável-feliz. Será que os críticos estão certos
quando apontam a mídia como a única vilã de toda essa história? Não. A história
é mais abrangente do que eles pensam. Eu, particularmente, sempre achei esse
negócio de atacar a mída algo meramente ideológico. Nunca caí nessa.
A verdade é que sempre
houve padrões de beleza. O corpo perfeito já era idealizado muito antes do
surgimento da grande mídia e sua abordagem comercial do assunto. Os antigos
gregos apontavam a Vênus Calipígia como o grande ideal de beleza feminina. Só
pra constar: calipígia significa “belas nádegas”. Sim, os gregos adoravam um
bumbum atraente bem antes dos brasileiros. O que dizer então das gordinhas
sensuais do pintor Peter Paul Rubens? No século XVII, as gordinhas eram
retratadas como símbolos da alta sociedade e da aparência saudável. Nesse
tempo, não existia a patrulha politicamente correta para acusar Rubens de
promover a obesidade e muito menos pessoas pra defender a causa plus size.
Foi apenas no século XX
que as mulheres magras surgiram como exemplos de emancipação financeira e
ícones de beleza. Portanto, os padrões de beleza precederam a mídia – pelo
menos a mída como entendemos hoje. Nesse momento está surgindo um novo ideal de
beleza que nasceu dos excessos de musculação nas academias. Agora todas querem
ter a barriga negativa pra exibir no Instagram. A chamada “magreza musculosa” é
a versão reformulada (e anabolizada!) da Top Model magérrima que a academia
adotou e que, agora, influencia os meios de comunicação e a autoestima das
mulheres. Cedo ou tarde, esse vai ser o novo padrão de beleza adotado pela mída
porque essa tendência já está consolidada. Então sair por aí culpando a mídia
pelos transtornos causados na autoimagem é bobagem. Não existe mais comunicação
unilateral: a gente influencia a mída e vice-versa. O X da questão somos nós.
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