Tempo de Maxibeleza

Ricardo Allexxandhry | estudante de publicidade e expert em padrões de beleza e comportamento | contato: ricardoallexxandhry@ig.com.br

A ÁFRICA MOSTRA AS SUAS BELDADES

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Na África, beldade pode ser entendido como mulherão. Corpão mesmo. A beleza exuberante voltou a ser o grande hit do continente. Acho que sempre esteve presente – acontece que o mulherão ganhou recentemente uma repercussão sem precedentes nas redes sociais. Lá, tamanho é documento. Só assim para explicar o atual fenômeno dos blogs africanos: Matilda Quaye (foto). Matilda é natural de Gana, é estudante e modelo. Ela é popularmente conhecida como Matilda Hipsy. O termo “hipsy” é apropriado para mulheres que têm quadris largos. O dela, sem dúvida, é um monumento que merece ser tombado. É digna do selo “o maior quadril de Gana” – talvez até do continente inteiro! Matilda é um misto de mulherão e plus size. A musa curvilínea definitiva. E foi assim que ela se tornou uma celebridade instantânea na web, sem mesmo atuar ou cantar, apenas desfilando os quadris inacreditáveis no Instagram. Pois é, hips don’t lie.

Outro fenômeno recente na web é Corazon Kwamboka. O nome é estranho, mas ela é um ícone da beleza que tá no DNA da África. Essa mulher, da espécie gluteus maximus, é advogada, formada pela Universidade de Nairóbi. Depois da superexposição de suas curvas, é provável que se torne uma figura recorrente no showbiz do Quênia. Assim como Matilda, Corazon projetou o termo bootylicious a um novo status midiático. No Brasil, entretanto, já é um fenômeno bastante conhecido e que, logo, ganha estigma de periguetismo e “cultura descerebrada”. Na África, o derrière avantajado é um símbolo nacional. Corazon só precisa administrar melhor a sua imagem já que seu primeiro video de twerking recebeu uma saraivada de críticas. O motivo? Performance frustrante e um traje mínimo nada sexy. O segundo video melhorou, apesar da eterna insatisfação dos haters.

Só espero que essa temporada de curvas traga a participação de mais musas curvilíneas e que, as mulheres africanas, enfim, se sintam mais seguras com a autoimagem e o sobrepeso. Afinal, aceitar as curvas que tem pode ser mais satisfatório do que a busca desenfreada em perder peso. Matilda e Corazon são mulheres bem resolvidas que decidiram abraçar a beleza do bumbum grande, dos quadris largos e dos quilinhos extra. A curvy beauty chegou de vez na África. Abaixo, deixo o link do video que mostra as duas sambando na cara da sociedade careta que acha que felicidade é ostentar a barriga negativa.

Link do video: http://tinyurl.com/lnj4aab

A MUSA VAMPIRESCA DA VEZ

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Quando pensamos em musa vampiresca, logo vem à cabeça a personagem Satanico Pandemonium, de UM DRINK NO INFERNO (1996). A cena é inesquecível: a sensualíssima vampira surge no palco, em trajes sumários, com uma enorme serpente enroscada no corpo escultural, fazendo uma dança pra lá de provocante. Na verdade, um disfarce pra deixar os humanos entretidos no local e, aí sim, atacá-los na hora apropriada. Salma Hayek fez o papel da vampira que incendiou o imaginário masculino da década de 90. Pra mim, a performance dela é o clímax do filme, e olha que sou fã de monstros e seres bizarros! Ela roubou a cena e sintetizou a sensualidade latina perfeitamente.

Aliás, as latinas sempre foram retratadas como sex symbols em Hollywood. Exemplos não faltam: Salma Hayek, Jennifer Lopez, Sofia Vergara, Shakira... Todas estas são belíssimas e curvilíneas – e o mundo todo sabe disso. Mas a razão em falar sobre a icônica Satanico Pandemonium é que ela ganhou recentemente uma releitura. Seguindo a tendência de adaptar filmes consagrados para a TV, UM DRINK NO INFERNO não poderia ficar de fora. Nesse caso, todas as atenções se voltam para a atriz que vai fazer o papel da sensualíssima vampira.

A nova atriz tem que ter corpão, certo? Deveria, porque hoje o conceito de “corpão” mudou muito – pra pior. A mexicana Eiza Gonzalez é a musa vampiresca da vez. É certo que ela teve que engordar para o papel, ainda assim, o resultado é mediano quando comparada a Salma Hayek. Apesar da beleza notória, acho que não fizeram uma boa escolha. Ela é conhecida nos tablóides internacionais pelo vício que tem por cirurgias plásticas. Vale lembrar também outro episódio inusitado: na novela AMORES VERDADEROS, ela interpreta uma bulímica (!!) e, que, na vida real, chegou a ser hospitalizada com a notícia de “dores derivadas de bulimia(!!)”. Oi? A nossa musa vampiresca merecia uma intérprete que pelo menos fosse bem resolvida com a aparência. Isso é pedir demais? A lição que fica é que não se faz mais ícones femininos como antigamente. 

DESCONSTRUINDO CAROL BUFFARA

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Carol Buffara é uma das mais badaladas blogueiras fitness do momento. Seu estilo de vida já inspirou mais de 250 mil seguidores que acompanham o seu lifestyle. Foi daí que surgiu a ideia do #projetocarolbuffara que norteou o conteúdo de seu blog e Instagram. Vale lembrar que outras tiveram um início semelhante. Gabriela Pugliesi, por exemplo, foi uma das precursoras da categoria fitness celebrities do Instagram. Michelle Franzoni que, realizou um extreme makeover na balança, também se firmou como musa fitness dando dicas de “alimentação saudável” e excesso de exercícios físicos. A tal da “alimentação saudável” está sob suspeita porque não existem provas de que ela funciona em qualquer metabolismo ou biotipo de suas seguidoras. Pior, podem trazer sérios problemas de saúde se não houver orientação adequada.

No livro que Carol lançou no Rio de janeiro, há dicas de alimentação funcional e a importância do consumo de romã, algas, brotos, amaranto, chia... só “guloseimas”, portanto. Revelou ainda que passou de frequentadora de academia a amante de esportes. E, claro, os temas clichês do combate às celulites e gorduras localizadas. Carol é do tipo que come iogurte zero – assim como o seu ideal de beleza também é zero. Ela é treinada por um expert em lutas (!!) que planeja as aulas com boxe, muay thai e treinamento funcional. E tudo isso pra quê? Com certeza, exibir orgulhosamente no instagram a barriga do He-Man. Vida de fit-girl não é fácil.

As seguidoras da hashtag #instafit elegem o corpo atlético como o mais ideal entre todos. O problema é que elas se preocupam tanto com o lado healthy das coisas que, intencionalmente, atropelam a estética do corpo feminino. Mas nem tudo tá perdido: mutos se revoltaram quando a Marie Claire classificou como “corpo perfeito” a magreza musculosa da top Izabel Goulart. Eu levanto a bandeira da silhueta exuberante como a que melhor representa o perfil da mulher brasileira. Cá entre nós, a impressão é que as musas fitness querem mudar o foco da nossa preferência nacional (o sensualíssimo bumbum grande) para a barriga negativa. Sim, isso pode acontecer se o outro lado não reagir. Aliás, cadê o movimento da barriga positiva e da love your body. O tipo mulherão precisa mostrar o seu valor, as gordinhas curvilíneas também. Até as magras podem provar que são lindas do jeito que são sem recorrer ao padrão fitness. Carol Buffara não é sexy, não representa a mulher comum. O corpo dela é um produto de academia, de personal trainers, de experts em lutas, de pessoas que não enxergam a verdadeira sensualidade que a mulher brasileira tem. Tá na hora de dá um basta nessa subversão de valores que elas estão promovendo. Xô, mau gosto!

CURVAS DELUXE

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Um de meus vícios na web é pegar centenas de imagens do Instagram e Tumblr de mulheres curvilíneas. Elas postam, os homens compartilham em blogs e redes sociais. Muitos salvam as imagens porque admiram a beleza feminina (o meu caso!); e outros, mal-intencionados, fazem montagens e outras atitudes lamentáveis. Algumas dessas imagens já são icônicas. Não vou negar que pensei colocar na parede uma dessas imagens incríveis. Tô falando sério. Ah, claro, nada daquelas imagens vulgares sem estilo que muitos marmanjos acham cool.

Aliás, estilo parece pautar a verdadeira essência dessas imagens. Pra constatar isso, vi, há algum tempo, uma frase nesses Tumblrs que traduz perfeitamente essa tendência: we like ass but love class. Ou seja, “gostamos de bumbum, mas adoramos classe”. Daí a explicação pela enxurrada de fotos de mulheres ostentando looks irresistíveis, elegância praiana, lifestyle de matar qualquer recalcada e curvas deluxe. Como a imagem acima que ilustra este texto.

Só lembrando que a maior parte desse material vem dos usuários americanos. Aqui, na terra do fio-dental e do carnaval, as brasileiras ainda são bem discretas com a superexposição das curvas no meio online. Em contrapartida, as blogueiras fitness não têm nenhum pudor em mostrar a magreza musculosa e sua obsessão ilimitada pelo estilo certinho, chatinho, e verdinho. Pra estas, bumbum grande é sinal de gordice, barriga zero é top. Tá na hora de fazer um contra-ataque pra mostrar que mulheres exuberantes e curvilíneas são melhores do que qualquer barriga cadavérica que tem por aí. Se a brasileira se orgulha tanto de suas curvas, por que não fazer o contraponto àquelas que pregam o contrário? A praia é o cenário ideal para transmitir os valores da nova tendência de curvas, exuberância, elegância, biquíni, sol... O brazilian way of life pede passagem.

MULHERES CONTRA O PRECONCEITO

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A reação ao resultado de uma pesquisa nacional sobre estupro tomou conta das redes sociais. Uma reação compreensível. Na pesquisa, 65% dos participantes responderam que mulher que usa roupa curta merece ser atacada. Pior: mais da metade dos entrevistados eram mulheres! Sim, parece surreal. A revelação dessa pesquisa foi tão bombástica que muitos contestam a metodologia utilizada pelo IPEA. Polêmicas à parte, difícil tolerar a mentalidade misógina e preconceituosa que vemos no dia a dia.

Em resposta, a jornalista Nana Queiroz criou a campanha bem-sucedida eu não mereço ser estuprada, atraindo, assim, a adesão de pessoas revoltadas com esse caso. Até as editoras da revista NOVA tiraram a roupa e apoiaram a causa (foto). Muitos homens indignados também levantaram a bandeira da vítima (mulher) em detrimento do agressor (estuprador). Eu não divulguei uma foto para a causa (não sou fotogênico!), mas deixo este meu texto em solidariedade às mulheres que lutam contra o preconceito e a discriminação.

A vida das mulheres não tá fácil: depois de casos recentes do “pornô de vingança”, dos encoxadores; agora, como se não bastasse, elas têm que enfrentar o pensamento de que elas próprias são responsáveis por sofrerem abusos sexuais. Quem manda elas serem tão atraentes né? Enquanto na Arábia Saudita, a controvérsia gira em torno do make delas; aqui, num país democrático, são as roupas “provocativas” que estimulam o assédio. Não, nada disso é justificável. Vamos dá um basta na cultura machista de uma vez.