O ENGAJAMENTO das
blogueiras fitness é surpreendente: livros lançados, dietas específicas e
exibição constante do corpo no Instagram. Essa última parte é o exemplo máximo
de que elas não brincam com os seus ideais. Mas infelizmente o movimento plus
size está longe de alcançar esse pragmatismo. Enquanto o padrão fitness mostra
as ostentações relacionadas ao corpo de suas seguidoras; o universo plus size,
por sua vez, tem um discurso fraco, apoiado no idealismo e numa linguagem
distante do corpo real. Vale lembrar que não estou generalizando.
Nesse cenário de
contrastes, nota-se uma disputa sem fim entre fisicalidade e idealismo. As
saradíssimas se utilizam da FISICALIDADE para exprimir os seus valores que são
traduzidos em corpos atléticos, treinos pesados e exibição constante do seu
lifestyle. Uma verdadeira lição de engajamento naquelas que acreditam que
beleza é apenas um estado de espírito. Não é. Essa
confusão de termos só faz perder espaço para as fit girls que não perdem a chance de
ostentar o CORPO nas redes sociais. Não estou querendo dizer que se deve seguir
o perfil anabolizado das academias – isso jamais! Mas, sim, aprender as táticas
de engajamento delas. O corpo como valor tangível.
O mais irônico,
portanto, é que o movimento plus size ganhou notoriedade com a pregação da
diversidade, mas agora tá vendo as saradas roubarem a cena. Não podemos deixar
assim. É preciso difundir a ideia de que o excesso de gostosura é o máximo.
Precisamos mostrar mais a maxibeleza nas redes sociais, no Instagram e em
qualquer lugar. Temos que mostrar o verdadeiro valor das curvas, da
exuberância. A atitude de uma gordinha (ou mulherão) que tira uma foto do corpo porque se aceita assim mesmo, é sinal de que é bem resolvida e um bom exemplo para as demais. Diz-se que a beleza não se mede
em números, mas, às vezes, os números são mais sinceros do que qualquer
discurso surrado. Em tempo de superexposição da imagem, o corpo tem um papel
fundamental na propagação de valores.