Tempo de Maxibeleza

Ricardo Allexxandhry | estudante de publicidade e expert em padrões de beleza e comportamento | contato: ricardoallexxandhry@ig.com.br

O BUMBUM MAIS BADALADO DO MOMENTO

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O bumbum de Bruna Marquezine é o mais badalado do momento. Não dá pra negar isso. Bruna, atualmente, a Luiza, na novela EM FAMÍLIA, é o novo exemplo de mulherão. Ela rejeita o termo. Sempre quando tem gravação na praia, os fotógrafos estão lá registrando tudo. De biquíni, ela ostenta um bumbum perfeito, quadris acentuados e sex appeal contagiante. Enfim, um corpão curvilíneo típico da mulher brasileira. Mas ela não está satisfeita e já declarou que tá “fora de forma”. Alguém pode explicar como uma mulher curvilínea pode estar fora de forma? Pois é, o bumbum mais badalado do momento não é nada demais pra ela.

Sim, até a Bruna segue o ideal de “beleza” da magreza musculosa, da mulher sarada, da fitness girl. Ela postou, recentemente, nas redes sociais, fotos dela na academia junto com outras atrizes. Elas acabaram de “crossfitar”. Crossfit é aquela modalidade que detona a suavidade do corpo feminino, convertendo-o em algo agressivo e masculinizado. Bruna, saia dessa, pleeeease! Eu penso exatamente o oposto: as fanáticas de academia deveriam ter a Bruna como ícone de beleza brasileiríssima, não o contrário.

Se a Bruna continuar com essa disciplina militar de exercícios, vai ficar com o corpo da... bem, deixa pra lá. Aliás, essa tendência da mulher saradíssima não é coisa só do universo feminino. No ano passado, muitos elegeram o bumbum de Bruna como o mais bonito, mas, por outro lado, em segundo lugar, indicaram a... melhor não citar nomes. O fato é que a segunda colocada indica que muitos homens apoiam a estética fitness. Pior: tem gente dizendo que o crossfit vai tonificar o corpo dela e que isso já é visível nas cenas de praia. Oi? O corpão dela é resultado de seu biotipo e, por isso, basta fazer exercícios suaves pra manter a boa forma. Mas ela pode fazer, enfim, o tipo de exercício que quiser, escolher o padrão de beleza que bem entender. Só não vou deixar de levantar a minha bandeira: por um mundo com mais Brunas pré-crossfit.

UMA RIVAL PARA A BARBIE

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O artista Nickolay Lamm resolveu criar a boneca Lammily com medidas mais realistas. Ela é baseada nas medidas padrão de uma jovem americana de 19 anos. A boneca tem make e roupas mais discretas do que a glamourosa Barbie. Eu aprovei a boneca. O corpo dela é bem mais exuberante e tem uma aparência mais parecida com a mulher comum. Mas a tarefa de conquistar o grande público não vai ser fácil pra ela: a Barbie já faz parte da cultura pop e está enraizada no imaginário feminino. Lammily tem um visual agradável, mas falta muito glitter pra conquistar a fama e o carisma da outra.

Lammily foi criada como resposta às medidas irreais da Barbie, considerada magra demais e criticada pela influência negativa na idealização de um corpo impossível de ser atingido. Em tempo, a própria Mattel, fabricante de Barbie, se defende dizendo que sua boneca é feita pra ser fácil de ser manuseada, não pra ser realista. Não conheço o real impacto que isso tem na mentalidade de meninas que têm a Barbie como ideal de beleza, ou ainda na formação de estereótipos femininos. Acho, sim, que existe um certo exagero da parte dos críticos em tratar tudo sob o viés do politicamente correto. Até a própria Lammily deve desagradar as feministas mais radicais.

O fato é que Lammily é mais um capítulo na propagação da diversidade da beleza. Assim, as meninas podem brincar com as duas. De um lado, uma mais magra, do outro, uma mais cheinha. Só não vale colocar as duas em disputa pelo posto de “a mais bela do mundo”. Ou pior: no momento da discussão, com as bonecas em punho, proferir xingamentos do tipo, “gorda”, de um lado, “magrela”, do outro. Aí vira uma brincadeira sem graça onde as duas saem perdendo. Daí o valor da diversidade.

POLÊMICAS DE ESTADO

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A polêmica em torno da imagem da mulher brasileira se instalou de novo. Tudo porque a Adidas lançou uma linha de camisas com o tema da Copa do Mundo. O governo brasileiro repudiou as camisas com (suposta) conotação sexual. E foi além: as camisas faziam analogia ao turismo sexual. What? Pois é, mulher brasileira com biquíni não pode. Eles viram na frase Looking To Score, um trocadilho maldoso sobre fazer gols e pegar mulheres. Os burocratas temem que os estrangeiros venham pra cá mais interessados nos bumbuns do que no futebol. Nesse caso, eu fico com o bumbum mesmo! Em contrapartida, o governo divulgou o símbolo nacional que ele julga ser o mais certinho: uma baiana em trajes típicos com a frase We Love Brazil. Só trocaram uma figura icônica por outra.

Pra mim, a questão é outra: de novo estamos diante do velho debate sensualidade vs. vulgaridade. Eu concordaria que fosse de mau gosto se as camisas mostrassem a figura feminina em poses provocativas ou sugestivas. Não é o caso. Afinal, qual o problema com uma mulher com biquíni? Nenhum, já que as brasileiras adoram moda praia e desfilar os seus atributos por aí. Sem contar que a marquinha de fio dental é um sinal de status entre as mulheres daqui. Aqui, o corpo feminino é cultuado, sim,  e isso não deve ser encarado como um problema. Os puristas piram!

No caso das camisas, o mais conveniente mesmo seria estampar a figura de uma passista. Aí sim, um símbolo cultural já consolidado lá fora. Ainda assim, o mimimi do governo cairia em cima da erotização da mulata. Muitas mulatas vão sambar no exterior para promover a cultura brasileira – e tirar o fôlego dos gringos! Se muitos enxergam nela apenas uma figura erótica, aí já é algo pessoal. Não dá pra negar que são símbolos sensuais, mas o mais importante é a maneira que são retratados. Tudo vai bem quando não há vulgaridade.