Quando o assunto é
diversidade, eu já notei, especificamente dentro do movimento plus size, um
vício por termos poéticos, idealistas ou qualquer coisa que passe longe do
corpo real. Dá a impressão que falar do corpo é uma tarefa difícil ou até mesmo
incompreensível. Dessa maneira, se instala um verdadeiro festival de equívocos:
todo mundo é bonito, toda mulher é curvilínea e padrão de beleza é uma criação
da mídia opressora com o propósito de destruir a sua autoestima. Sim, muitos pensam
– e pregam isso por aí.
Eu já tinha comentado
aqui que padrão de beleza é um fenômeno que passa por épocas e culturas
diferentes. Portanto, não é invenção da mídia como muitos alarmistas acham. Não
tenha dúvida que se o ideal de beleza do século XX fosse a mulher gordinha,
obviamente a mídia apoiaria a causa. Agora mesmo podemos testemunhar a ascensão
do padrão fitness e, naturalmente, esse assunto vai ganhar ainda mais destaque
nos meios de comunicação. O que estou querendo dizer é que devemos abandonar o “basta
fechar os olhos e deixar a autoestima operar milagres” para um melhor
entendimento dos biotipos e o que cada um tem de melhor. Assim, a bandeira da
diversidade deixa de lado o corpo idealizado e abraça o real.
Não devemos jogar o
conceito de beleza no campo utópico só pra agradar aqueles que não têm. Caso contrário,
a beleza vai entrar em rota de colisão com a saúde e o bom-senso. Não à toa,
muitos acham que o movimento plus size não passa de apologia descarada da
obesidade. Não é, mas os idealistas se mostram perdidos nesse assunto. Eu sou o
primeiro a dizer que a gordinha da foto que ilustra esse texto é lindíssima,
mas aponto cada centímetro de gostosura pra fundamentar a minha opinião. Pra ser
mais claro: mais corpo, menos poesia. Agora, se a linguagem poética é o forte
de muita gente, talvez um romance sobre o tema seja mais viável. Vai que dá um best-seller!