O artista Nickolay Lamm
resolveu criar a boneca Lammily com medidas mais realistas. Ela é baseada nas
medidas padrão de uma jovem americana de 19 anos. A boneca tem make e roupas
mais discretas do que a glamourosa Barbie. Eu aprovei a boneca. O corpo dela é
bem mais exuberante e tem uma aparência mais parecida com a mulher comum. Mas a
tarefa de conquistar o grande público não vai ser fácil pra ela: a Barbie já
faz parte da cultura pop e está enraizada no imaginário feminino. Lammily tem
um visual agradável, mas falta muito glitter pra conquistar a fama e o carisma
da outra.
Lammily foi criada como
resposta às medidas irreais da Barbie, considerada magra demais e criticada
pela influência negativa na idealização de um corpo impossível de ser atingido.
Em tempo, a própria Mattel, fabricante de Barbie, se defende dizendo que sua
boneca é feita pra ser fácil de ser manuseada, não pra ser realista. Não conheço
o real impacto que isso tem na mentalidade de meninas que têm a Barbie como
ideal de beleza, ou ainda na formação de estereótipos femininos. Acho, sim, que
existe um certo exagero da parte dos críticos em tratar tudo sob o viés do
politicamente correto. Até a própria Lammily deve desagradar as feministas mais
radicais.
O fato é que Lammily é
mais um capítulo na propagação da diversidade da beleza. Assim, as meninas
podem brincar com as duas. De um lado, uma mais magra, do outro, uma mais
cheinha. Só não vale colocar as duas em disputa pelo posto de “a mais bela do
mundo”. Ou pior: no momento da discussão, com as bonecas em punho, proferir
xingamentos do tipo, “gorda”, de um lado, “magrela”, do outro. Aí vira uma
brincadeira sem graça onde as duas saem perdendo. Daí o valor da diversidade.
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