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Ricardo Allexxandhry | estudante de publicidade e expert em padrões de beleza e comportamento | contato: ricardoallexxandhry@ig.com.br

POLÊMICAS DE ESTADO

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A polêmica em torno da imagem da mulher brasileira se instalou de novo. Tudo porque a Adidas lançou uma linha de camisas com o tema da Copa do Mundo. O governo brasileiro repudiou as camisas com (suposta) conotação sexual. E foi além: as camisas faziam analogia ao turismo sexual. What? Pois é, mulher brasileira com biquíni não pode. Eles viram na frase Looking To Score, um trocadilho maldoso sobre fazer gols e pegar mulheres. Os burocratas temem que os estrangeiros venham pra cá mais interessados nos bumbuns do que no futebol. Nesse caso, eu fico com o bumbum mesmo! Em contrapartida, o governo divulgou o símbolo nacional que ele julga ser o mais certinho: uma baiana em trajes típicos com a frase We Love Brazil. Só trocaram uma figura icônica por outra.

Pra mim, a questão é outra: de novo estamos diante do velho debate sensualidade vs. vulgaridade. Eu concordaria que fosse de mau gosto se as camisas mostrassem a figura feminina em poses provocativas ou sugestivas. Não é o caso. Afinal, qual o problema com uma mulher com biquíni? Nenhum, já que as brasileiras adoram moda praia e desfilar os seus atributos por aí. Sem contar que a marquinha de fio dental é um sinal de status entre as mulheres daqui. Aqui, o corpo feminino é cultuado, sim,  e isso não deve ser encarado como um problema. Os puristas piram!

No caso das camisas, o mais conveniente mesmo seria estampar a figura de uma passista. Aí sim, um símbolo cultural já consolidado lá fora. Ainda assim, o mimimi do governo cairia em cima da erotização da mulata. Muitas mulatas vão sambar no exterior para promover a cultura brasileira – e tirar o fôlego dos gringos! Se muitos enxergam nela apenas uma figura erótica, aí já é algo pessoal. Não dá pra negar que são símbolos sensuais, mas o mais importante é a maneira que são retratados. Tudo vai bem quando não há vulgaridade.

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